Métodos Ágeis de Fiscalização aceleram entregas e ampliam impacto social

A Boa Prática apresentada por Ricardo Akl, auditor-chefe da Unidade de Auditoria Especializada em Defesa Nacional e Segurança Pública do Tribunal de Contas da União (TCU), demonstra como a aplicação de métodos ágeis pode tornar a atuação dos órgãos de controle mais efetiva e tempestiva.
No tradicional modelo de auditoria, as culturas do detalhamento e a da profundidade podem levar a processos extensos. O resultado, como destacou o auditor, é que muitas vezes os produtos finais chegam à sociedade quando já perderam relevância prática.
Para enfrentar esse desafio, o TCU vem aplicando métodos ágeis de fiscalização, uma abordagem que propõe auditorias mais curtas, em ciclos de três a quatro meses, com entregas parciais e contínuas. “Não se trata de perder qualidade, mas de garantir oportunidade. É melhor oferecer respostas rápidas que ajudem a resolver problemas urgentes da população do que esperar longos prazos e correr o risco de entregar soluções defasadas”, afirmou o auditor.
Um dos exemplos citados é a auditoria sobre a estrutura da administração pública para combater golpes digitais contra idosos. Em vez de conduzir um processo de mais de um ano, a equipe optou por ciclos curtos, entregando resultados tempestivos que já puderam apoiar a proteção de vítimas em tempo real.
Segundo Akl, o principal obstáculo para a adoção do modelo não está na técnica, mas na mudança cultural. “O auditor tem no DNA o hábito de buscar sempre o máximo de detalhes. Romper com essa mentalidade exige coragem. É preciso acreditar que entregar resultados frequentes e relevantes é mais valioso do que esperar a auditoria perfeita.”
Ele destacou ainda que a aplicação dos métodos ágeis traz ganhos significativos para a sociedade, que passa a receber informações e recomendações mais atuais, aumentando a capacidade de prevenção de riscos e de aprimoramento das políticas públicas.
“A questão não é apenas o tempo, mas a oportunidade. Se a auditoria demora demais, quando termina, o problema já pode ter mudado. O método ágil vem justamente para evitar isso”, reforçou.
Texto: Joyce Murasaki - TCMSP
